Cronograma - Linha Bíblica-profética
Idade Moderna
1.475
Michelangelo
Encarnação de Bezerra de Menezes
Pintor, escultor, poeta e arquiteto
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de março de 1.475 — Roma, 18 de fevereiro de 1.564), foi pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.
Ele desenvolveu o seu trabalho artístico por mais de setenta anos entre Florença e Roma, onde viveram seus grandes mecenas, a família Médici de Florença, e vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico Ghirlandaio em Florença. Tendo seu talento logo reconhecido, tornou-se um protegido dos Médici, para quem realizou várias obras. Depois fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas. Sua carreira se desenvolveu na transição do Renascimento para o Maneirismo, e seu estilo sintetizou influências da arte da antiguidade clássica, do primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e do Neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com enorme pujança. Várias de suas criações estão entre as mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura o Baco, a Pietà, o David, as duas tumbas Médici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do teto da Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquiteto da Basílica de São Pedro, implementando grandes reformas em sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projetou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
Ainda em vida foi considerado o maior artista de seu tempo; chamavam-no de o Divino, e ao longo dos séculos, até os dias de hoje, vem sendo tido na mais alta conta, parte do reduzido grupo dos artistas de fama universal, de fato como um dos maiores que já viveram e como o protótipo do gênio. Foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada ainda em vida. Sua fama era tamanha que, como nenhum artista anterior ou contemporâneo seu, sobrevivem registros numerosos sobre sua carreira e personalidade, e objetos que ele usara ou simples esboços para suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores. Para a posteridade Michelangelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e universal.
1.478
Inquisição Espanhola
A Inquisição espanhola ou Tribunal do Santo Ofício da Inquisição foi uma instituição fundada em 1.478 por Fernando II de Aragão e Isabel de Castela para manter a ortodoxia católica em seus reinos que atuou até 1.834. Esta Inquisição foi o resultado da Reconquista da Espanha das mãos dos árabes muçulmanos, e da política de conversão de judeus e muçulmanos espanhóis ao catolicismo. A Inquisição foi um instrumento na política chamada "limpeza de sangue" contra os descendentes de judeus e de muçulmanos convertidos, responsável por milhares de vítimas.
Em 1.483, Fernando e Isabel indicaram o dominicano Tomás de Torquemada para investigar e punir os conversos — judeus e mouros que diziam ter-se convertido ao catolicismo, mas que alegadamente continuavam a praticar suas antigas religiões em segredo. Os detratores chamavam os judeus convertidos de marranos, uma expressão pejorativa, que significa porcos. Para estimular as delações, a Inquisição chegou a publicar um conjunto de orientações que ensinava os católicos a vigiar os seus vizinhos e a reconhecer possíveis traços de judaísmo: "Se observar que os seus vizinhos vestem roupas limpas e coloridas no sábado, eles são judeus. Se eles limpam as suas casas às sextas-feiras e acendem velas mais cedo do que o normal naquela noite, eles são judeus. Se eles comem pão ázimo e iniciam a sua refeição com aipo e alface durante a Semana Santa, eles são judeus. Se eles recitam as suas preces diante de um muro, inclinando-se para frente e para trás, eles são judeus".
"E todo aquele que vos matar, pensará estar prestando um bom serviço a Deus" – Jesus.
Corria o ano de 1.490. A mão fanática e assassina de Tomás de Torquemada infundia terror às gentes de Espanha, porque o Santo Ofício funcionava desenfreado e infernal, remetendo ao mundo das almas, depois dos mais cruéis martírios, milhares e milhares de filhos de Deus. Como simples questões de cisma pudessem levar as mais notáveis criaturas ante o Santo Ofício, bem assim como a ausência de cisma algum, contanto que outros interesses convenientes à Igreja Católica o determinassem, eis que em todos os corações havia muito lugar para os mais temíveis prognósticos.
Se para alguns o problema consistia em ser herético, fosse lá pelo que fosse, para outros o problema estava cingido ao simples fato de ter posses ou posições que fossem desejadas pelos senhores do Santo Ofício. Em nome do purismo religioso caudais de lágrimas corriam, antes que viesse correr o sangue ou antes que as labaredas tostassem milhares de corpos.
A máquina infernal do Santo Ofício funcionava perfeitamente, organizadamente, estando suas peças e engrenagens estendidas aos mais distantes rincões da Espanha; afora a gente superior e diretamente autorizada, outros havia que funcionavam a bem de mais afastados servidores da forja de terrores. Os interesses eram tantos e de tal modo se haviam tornado complexos, por causa da multidão de objetivos pessoais, que elementos da mesma infernal maquinação se encontravam e mutuamente se espionavam, sem terem disso a menor ideia." - Livro: A Volta de Jesus Cristo
1.483
Martinho Lutero
Reformador Protestante - Conseguiu liberdade de culto e tradução das escrituras
Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1.483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1.546), foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1.517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1.520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1.521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora da lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.
A venda de indulgências, iniciada durante as Cruzadas, continuava sendo uma das fontes favoritas de renda papal. Lutero começou a criticar a teologia das indulgências em seus sermões. Sua contrariedade aumentou muito em 1.517, quando o dominicano John Tetzel estava pregando na Alemanha em prol da campanha papal para levantar fundos para o término da construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Tetzel dizia em seus bordão, "Assim que a moeda no cofre cai, a alma do purgatório sai". Lutero escreveu as 95 Teses e seguindo o costume da universidade, as pregou na porta da igreja do Castelo, em Wittenberg. Dentre outras coisas, elas sustentavam que as indulgências não podem eliminar a culpa, não se aplicam ao purgatório, e são perigosas porque induzem o doador a uma falsa segurança. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.
A 15 de junho de 1.520, o Papa advertiu Lutero, com a bula "Exsurge Domine", onde o ameaçava com a excomunhão, a menos que, num prazo de setenta dias, repudiasse 41 pontos de sua doutrina, destacados pela Igreja. Em outubro de 1.520, Lutero enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa: "Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus". Lutero disse ao tribunal: "Não vou desdizer coisa alguma, pois ir contra a consciência não é honesto nem correto. Aqui estou, e não posso agir de outra maneira. Deus me ajude. Amém". O Papa Leão X excomungou Lutero a 3 de janeiro de 1.521, na bula "Decet Romanum Pontificem".
Lutero foi salvo da prisão e da morte pelo príncipe da Saxônia, o duque Frederico, cujos domínios incluíam Wittenberg. O duque deu-lhe asilo em seu solitário castelo em Wartburg. Nesse período, traduziu o Novo Testamento para o alemão, que foi o primeiro passo para reformular a adoração pública e particular na Alemanha. Enquanto isso, a revolta contra Roma se espalhava; de cidade em cidade, sacerdotes e conselhos locais removiam estátuas das igrejas e abandonavam as missas. Novos reformadores, muitos deles bem mais radicais que Lutero entravam em cena.
"Os renovadores já passaram pela Terra... A restauração, em base, já está feita... Estude Wicliff, João Huss, Lutero, Kardec... Procure conhecer o trabalho de todos aqueles que Jesus enviou ao mundo, para repor as coisas no lugar... Não se esqueça de que a obra da corrupção, levantada em Roma, na Roma do quarto século, devia e deve ter fim, para que a Excelsa Doutrina brilhe, de novo, no meio das gentes e até aos extremos da Terra, conforme está escrito no primeiro capítulo do Livro dos Atos dos Apóstolos." - Livro: Nos Domínios Maravilhosos da Psicometria
1.484
William Tyndale
Padre protestante, acadêmico e mestre em artes - Executado na fogueira
William Tyndale (Gloucestershire, Inglaterra, 1.484 - perto de Bruxelas, Dezessete Províncias, 6 de outubro de 1.536) foi um padre protestante e acadêmico inglês, mestre em Artes na Universidade de Oxford. Traduziu a Bíblia para uma versão inicial do moderno inglês. Seu objetivo era fazer o Novo Testamento um livro tal que "todo menino de arado" pudesse lê-lo e se tornasse mais conhecedor das Escrituras que o próprio clero. Apesar de numerosas traduções para inglês, parciais ou completas, terem sido feitas a partir do século VII, a Bíblia de Tyndale foi a primeira a beneficiar da imprensa, o que permitiu uma ampla distribuição.
Tyndale estudou as escrituras e começou a defender as teses da Reforma Protestante, muitas das quais eram consideradas heréticas, primeiro pela Igreja Católica que o perseguira e depois pela Igreja Anglicana. As traduções de Tyndale foram banidas pelas autoridades e o próprio Tyndale foi queimado na fogueira em 1.536 em Vilvoorde (10 Km a nordeste de Bruxelas), na atual Bélgica, sob a instigação de agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana. Suas últimas palavras foram, "Senhor, abre os olhos ao rei da Inglaterra", o que de fato aconteceu anos depois.
1.503
Nostradamus
Encarnação de João Evangelista
Médico, astrólogo e alquimista
Michel de Nostredame (Saint-Rémy de Provence, 21 de dezembro de 1.503 - Salon-de-Provence, 2 de julho de 1.566) foi um apotecário e médico francês da Renascença que praticava a medicina, alquimia (como muitos dos médicos do século XVI), farmacologia e a astrologia. Ficou famoso por sua capacidade de vidência. Sua obra mais famosa, "As Profecias", é composta de versos agrupados em quatro linhas (quadras), organizados em blocos de cem (centúrias); os versos contêm previsões codificadas do futuro.
Suas profecias compõem-se de quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de cem, daí o nome de centúrias. Foram publicadas em várias ocasiões; uma pequena parte em 1.555, outra em 1.557, sendo que das três últimas centúrias conhecemos apenas edições póstumas. Devido sua fama, ao longo do tempo, muitos charlatões tentaram falsificar quadras e versos para fazer dinheiro. Na biblioteca de Paris, existem alguns livros escritos entre 1.600 e 1.900 que usam descaradamente seu nome.
"DEPOIS DO BÍBLICO DILÚVIO DE FOGO, PREVISTO POR JESUS E O APOCALIPSE, AS QUATRO VERDADES BÍBLICAS FUNDAMENTAIS GUIARÃO A HUMANIDADE QUE SOBRAR, NO RUMO APONTADO POR DEUS NO CAPÍTULO 11 DO PROFETA, VIDENTE OU MÉDIUM, ISAÍAS. ACREDITEM EM NOSTRADAMUS, MALAQUIAS E NA MENSAGEM DE FÁTIMA, MAS RECONHEÇAM QUE, SEM DEUS E AS VERDADES BÍBLICO-PROFÉTICAS, ELES JAMAIS EXISTIRIAM!" - Boletim: Depois do Bíblico Dilúvio de Fogo, Previsto por Jesus e o Apocalipse...
As Profecias de Nostradamus (Livro de Erika Cheetham)
1.506
Massacre de Lisboa
Mais de 4 mil mortos.
Os testemunhos contam que tudo teve início no Convento de São Domingos de Lisboa, no dia 19 de abril de 1.506, um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da seca e da peste que grassavam em Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenômeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias — um milagre.
Um cristão-novo que também participava da missa tentou explicar que esse milagre era apenas o reflexo de uma luz, mas foi calado pela multidão, que o espancou até a morte.
A partir daí, os judeus da cidade que anteriormente já eram vistos com desconfiança tornaram-se o bode expiatório da seca, da fome e da peste: três dias de massacre se sucederam, incitados por frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os hereges e que juntaram uma turba de mais de quinhentas pessoas incluindo muitos marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras com as suas promessas.
A corte encontrava-se em Abrantes — onde se instalara para fugir à peste — quando o massacre começou. D. Manuel I tinha-se posto a caminho de Beja, para visitar a mãe. Teria sido avisado dos acontecimentos em Avis, logo mandando magistrados para tentar pôr fim ao banho de sangue. Entretanto, mesmo as poucas autoridades presentes foram postas em causa e, em alguns casos, obrigadas a fugir.
Como consequência, homens, mulheres e crianças foram torturados, massacrados e queimados em fogueiras improvisadas no Rossio, mais precisamente junto ao largo de São Domingos. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca e da peste que assolava o país. A matança durou três dias — de 19 a 21 de Abril, na Semana Santa de 1.506.
1.515
Teresa D'Ávila
Encarnação da Mãe Maria
Atuou durante a Contra Reforma
Teresa D'Ávila, conhecida como Santa Teresa de Jesus (28 de março de 1.515 — 4 de outubro de 1.582), nascida Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada, em Gotarrendura, uma cidade na província de Ávila, no Reino de Castela. Seu avô paterno, Juan Sánchez, era um marrano (um converso ou descendente de judeu) e foi condenado pela Inquisição espanhola por ter retornado à fé judaica. Seu pai, Alonso Sánchez de Cepeda, comprou um título cavaleiro e conseguiu ser aceito pela sociedade católica. A mãe de Teresa, Beatriz de Ahumada y Cuevas, era especialmente dedicada à missão de criar a filha como uma piedosa cristã.
Teresa foi uma freira carmelita, mística e vidente, importante por suas obras sobre a vida contemplativa e espiritual e por sua atuação durante a Contra Reforma. Foi também uma das reformadoras da Ordem Carmelita e é considerada co-fundadora da Ordem dos Carmelitas Descalços, juntamente com o frade João da Cruz.
Seus livros, inclusive uma autobiografia "A Vida de Teresa de Jesus" e sua obra prima "O Castelo Interior" são parte integral da literatura renascentista espanhola e do corpus do misticismo cristão. Suas práticas meditativas estão detalhadas em outra obra importante, o "Caminho da Perfeição".
O desencarne de sua mãe quando tinha apenas quatorze anos provocou-lhe uma tremenda tristeza que estimulou-a abraçar ainda mais a devoção à Virgem Maria como sua mãe espiritual. Porém, ela adquiriu também um interesse na leitura de ficções populares, principalmente novelas de cavalaria, e um renovado interesse em sua própria aparência. Na mesma época, foi enviada como interna para uma escola de freiras agostinianas em Ávila, o Convento de Nossa Senhora da Graça.
Tereza fora acometida de uma enfermidade e apesar de todos os tratamentos, os médicos deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente malária, se agravou. Teresa conta que durante sua enfermidade, ascendia do estágio mais baixo, da "oração mental", ao de "oração do silêncio" ou mesmo ao de "devoções de êxtase", que era de uma união perfeita com Deus. Durante este estágio final, Teresa conta que experimentava com frequência uma rica "benção de lágrimas". Conscientizou-se de sua própria impotência em confrontar o pecado e certificou-se da necessidade da sujeição absoluta a Deus.
No dia de São Pedro de 1.559, Teresa conta que Jesus apareceu para ela de corpo presente, só que invisível. Estas visões continuaram por mais de dois anos ininterruptos e, numa delas, um anjo trespassou repetidamente seu coração com a ponta inflamada de uma lança dourada provocando uma inefável dor espiritual e corporal: "Eu vi em sua mão uma longa lança de ouro e, na ponta, o que parecia ser uma pequena chama. Ele parecia para mim estar lançando-a por vezes no meu coração e perfurando minhas entranhas; quando ele a puxava de volta, parecia levá-las junto também, deixando-me inflamada com um grande amor de Deus. A dor era tão grande que me fazia gemer; e, apesar de ser tão avassaladora a doçura desta dor excessiva, não conseguia desejar que ela acabasse..."
1.515
Inquisição Portuguesa
A Inquisição Portuguesa, também conhecida como Tribunal do Santo Ofício, foi uma instituição da Igreja Católica que perseguia, julgava, tortura, punia e queimava em fogueiras pessoas acusadas de cometer crimes considerados heréticos. A heresia mais frequentemente perseguida pelo tribunal eram os judeus, ou chamados cristãos-novos. A data de início do Tribunal do Santo Ofício em solo Português teria se iniciado em 23 de maio de 1.536, quando o Papa Paulo III teria concordado com sua fundação. Entretanto, em 1.515 o Rei D. Manuel já havia requisitado a instalação da Inquisição, visto que estava sendo inquirido sobre sua proteção aos hereges pela Inquisição de Castela, que começou a questionar a fé do Rei, uma vez que ele se dizia católico mas amparava os hereges refugiados do reino vizinho, o que levou o rei a adotar uma política mais severa contra os judaizantes. A data de sua extinção foi em 31 de março de 1.821.
Os julgamentos da Inquisição eram secretos e a possibilidade de recorrer das decisões era nula. O procedimento consistia em interrogar o réu e constantemente pressioná-lo a confessar os "crimes" que lhe eram atribuídos. Os Inquisidores mantiam segredo sobre as acusações feitas e sobre as "evidências" que possuíam para, desse modo, conseguir uma confissão sem anunciar a acusação. Possíveis testemunhas também eram interrogadas e o Santo Ofício utilizava a tortura como método para conseguir as confissões necessárias. As sentenças eram decididas pelo voto da maioria que compunha a mesa da Inquisição, geralmente formada por três Inquisidores e um número variado de outros oficiais que podiam ser convocados a votar quando decisões precisavam ser tomadas. Para que as decisões ocorressem, eram necessários pelo menos cinco votos. Cada tribunal contava com seus próprios funcionários (advogados, promotores, notários. etc.) e sua própria prisão. Os guardas que serviam à inquisição também podiam depor contra os acusados: se enquanto preso um réu se recusasse a comer, por exemplo, essa ação poderia ser considerada um jejum, costume judaico.
A inquisição Portuguesa cobriu todos os territórios do Império ultramarino português. Inicialmente, as colônias brasileiras serviram como refúgio para os perseguidos pela Inquisição (principalmente descendentes de judeus). E a partir da divisão do território em capitanias hereditárias, em 1.534, a imigração voluntária se intensificou.
A atuação da Inquisição no Brasil teve início tardiamente. Em um primeiro momento, funcionou por meio de visitações, mas posteriormente a ação da Inquisição passou a se apoiar cada vez mais nos agentes locais, cujas denúncias eram enviadas para o tribunal de Lisboa, onde eram analisadas por parte dos inquisidores e retornadas com o eventual mandado de prisão.
1.516
Inquisição Cubana
Não havia parte nenhuma no Mundo onde os protestantes, judeus ou hereges estivessem livres para o exercício de suas convicções religiosas. Partindo da Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o "Novo Mundo". Mas para cá também vieram os inquisidores. A inquisição em Cuba iniciou-se em 1.516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes de maldade, eliminou setenta e cinco hereges.
1.534
José de Anchieta
Encarnação do Princípio Sagrado
Padre Jesuíta - Fundou a cidade de São Paulo
José de Anchieta (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1.534 — Reritiba, 9 de junho de 1.597) foi um padre jesuíta espanhol e fundador da cidade de Piratininga (São Paulo) e um dos fundadores da cidade do Rio de Janeiro. Foi o maior Profeta do Brasil, proporcionando incontáveis curas e profecias, sendo amado e respeitado por índios, cablocos e portugueses. Foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor da primeira gramática da língua tupi e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor educativo para índios e portugueses e uma epopeia. É o patrono da cadeira de número um da Academia Brasileira de Música.
Anchieta viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, em Portugal, a fim de estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. A ascendência judaica foi determinante para que o enviassem para estudar em Portugal, uma vez que na Espanha, à época, a Inquisição era mais rigorosa. Ingressou na Companhia de Jesus em 1 de Maio de 1.551 como noviço.
O Provincial da Ordem, Simão Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta para a evangelização no Brasil, atendendo um pedido do padre Manuel da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil. Desde jovem, Anchieta padecia de tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose, agravada durante o noviciado na Companhia de Jesus. Este fato foi determinante para que deixasse os estudos religiosos e viajasse para o Brasil. Aportou em Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos a 13 de Julho de 1.553, com menos de vinte anos de idade e vindo na armada do segundo governador-geral do Brasil, Dom Duarte da Costa com outros seis companheiros, sob a chefia do padre Luis da Grã.
Anchieta ficou menos de três meses em Salvador, partindo para a Capitania de São Vicente no princípio de outubro, com o padre jesuíta Leonardo Nunes, onde conheceria Manuel da Nóbrega e permaneceria por doze anos. Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi, catequizando e ensinando latim aos índios. Escreveu a primeira gramática, o primeiro dicionário sobre a língua do tronco tupi: "Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil", que foi publicada em Coimbra em 1.595. No seguimento da sua ação missionária, fundou a cidade de Piratininga em 25 de janeiro de 1.554, posteriormente por imposição da Igreja Católica o nome foi modificado para São Paulo. "A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1.554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!" Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, sendo 36 batizados. Piratininga do tupi guarani, "pira" - peixe e "tininga" - seco, significa peixes encalhados, visto que o rio Tietê tinha muitos peixes, quando o rio transbordava e depois voltava ao leito, a várzea (áreas ao largo do rio, onde hoje são os bairros do Bom Retiro, Brás, Mooca) ficavam cheias de peixes encalhados.
Anchieta era chamado pelos índios de "caraibebé" - homem de asas, assim chamado porque não andava a cavalo e narram viagens feitas com ele, em que grupos iam na frente a cavalo e Anchieta seguia a pé atrás, mas após várias horas ou até mesmo dias de viagem, quando chegavam no vilarejo ou na aldeia, lá se encontrava Anchieta, que vinha recebê-los. Também há relatos de pessoas isoladas e enfermas, que dizam que na noite anterior Anchieta havia macerado ervas e feito rémedios, chás e tratado delas. Entretanto, ele estava a quilômetros de distância dali. Outros narraram ainda que quando precisavam de notícias de algum familiar, e os meios de comunicação eram escassos naquela época, quando indagavam, Anchieta dizia o dia em que a pessoa chegaria. Houve relatos de onças deitarem ao seu lado, pássaros sentarem em seus ombros, e o viram levitar do chão enquanto estava orando. Há narrações que quando meditava na praia e a maré subia formava-se um campo de proteção a sua volta e a água não ousava tocá-lo. Corria fama que ressuscitava os mortos, vários são os relatos de pessoas que foram ressuscitadas apenas com seu toque ou sua presença. Os indígenas tinham muita admiração e respeito, quando deixava uma tribo, que havia permanecido por algum período, homens, mulheres, velhos e crianças lamentavam e choravam sua partidada.
Anchieta educava e catequizava os indígenas, mas também tratava de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos. Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, na quaresma que antecedeu a sua ida à aldeia de Iperoig, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba. Nesse período, em 1.563, intermediou as negociações entre os portugueses e os indígenas reunidos na Confederação dos Tamoios, se ofereceu como refém dos tamoios em Iperoig, enquanto o padre Manuel da Nóbrega retornou a São Vicente juntamente com Cunhambebe para ultimar as negociações de paz entre os indígenas e os portugueses. Durante este tempo em que passou entre os gentios, compôs o "Poema à Virgem Maria". Escreveu nas areias da praia, memorizando o poema, e mais tarde, em São Vicente, trasladou para o papel.
Em 1.566, foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá do andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época, foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade. Na luta contra os franceses estabelecidos na França Antártica na baía da Guanabara; foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos em 1.567.
Em 1.569, fundou a aldeia de Reritiba, "reri" - ostra e "tyba" - ajuntamento, significando "muitas ostras", "ajuntamento de ostras", povoação que deu origem a cidade de Anchieta, no litoral do Espírito Santo. Dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1.570 a 1.573. Em 1.577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1.587 a seu próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de dirigir o Colégio dos Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo. Em 1.595, obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se definitivamente para Reritiba onde desencarnou, tendo seu corpo sepultado em Vitória. Houve relatos que seus ossos foram retirados e que muitas curas foram feitas com seus despojos, assim como suas vestes e cartas.
“(...) Estas eram as ocupações de José, enquanto mestre estudioso. Outras porém lhe levavam mais o espírito, e eram estas as principais da salvação das almas, a que fora chamado e de que se via cercado, desamparadas todas. Desta escola e destes doze discípulos de José, saiu doutrina e saíram apóstolos que, estão e depois, repartidos por vários sertões e partes do Brasil, ajudaram a converter muita parte da gentilidade dele, como irá mostrando a história, porque vejamos que assentou nestes campos escola, mais de almas que de corpos; mais de ciência de bem fazer, que de bem falar.”
“De tudo o até aqui dito, se deixa ver o modo alto e extraordinário, com que Deus costuma falar e tratar com este grande servo seu, por modos sobrenaturais e não entendidos, desusados dos outros homens, por revelações e profecias. Figuras em bem das almas, a fim de ser mais conhecido e louvado dos homens. Onde quer que estava, por onde quer que ia em suas missões, em seus caminhos, parece trazia vinculada a onipotência divina à sua presença, à sua boca, às suas mãos, a seu fato e a qualquer coisa sua para obrar prodígios. Em especial se vê que tinha Deus comunicado a José aquele dom, que concedeu a seus apóstolos e a poucos outros santos, de curar enfermos com o toque de suas mãos, com sua palavra ou bênção (ainda com a intenção de seu nome José), a que chamou S. Paulo, gratiam curationum (graças aos tratamentos). Deste dom milagrosos era tão constante a fama entre a gente que andava após ele com fé como de um Vice-Cristo ou apóstolo para remédio de seus males;”- Livro: Vida do Venerável Padre José de Anchieta
Vida do Venerável Padre José de Anchieta (Livro de Simão de Vasconcelos)
Anchieta (Livro de Joaquim Thomaz)
1.548
Giordano Bruno
Encarnação de João Evangelista
Frade Dominicano, teólogo, filosófo, matemático e escritor - Executado na fogueira
Giordano Bruno, nascido Filippo Bruno, (Nola, Reino de Nápoles, 1.548 — Campo de' Fiori, Roma, 17 de fevereiro de 1.600) foi um teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista hermético e frade dominicano. Condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) com a acusação de heresia ao defender alegações consideradas erros teológicos.
Foi uma mente brilhante, capaz de desafiar os dogmas da Igreja Católica, fazer sínteses entre diferentes correntes religiosas, espirituais, espiritualistas, filosóficas e pagãs daquele tempo, e questionar estabelecimentos políticos da Igreja. É considerado um mártir, tendo contribuído para avanços significativos do conhecimento de seu tempo. Conhecido por suas teorias cosmológicas, que conceitualmente estenderam o então novo modelo copernicano. Propôs que as estrelas fossem sóis distantes cercados por seus próprios planetas e levantou a possibilidade de que esses planetas criassem vida neles próprios, uma posição filosófica conhecida como pluralismo cósmico. Também insistiu que o universo é infinito e não poderia ter "centro".
Giovanni Mocenigo (1.558-1.623), membro de um das mais ilustres famílias venezianas, encontrou Bruno em Frankfurt em 1.590 e convidou-o para ir a Veneza, a pretexto de lhe ensinar mnemotécnica, a arte de desenvolver a memória, em que Bruno era perito. Segundo Will Durant, Bruno estava havia muitos anos na lista dos procurados pela Inquisição, ansiosa por prendê-lo por suas doutrinas subversivas, mas Veneza gozava da fama de proteger tais foragidos, e o filósofo sentiu-se encorajado a cruzar os Alpes e regressar. Como Mocenigo quisesse usar as artes da memória com fins comerciais, segundo alguns, ou esperasse obter de Bruno ensinamentos de ocultismo para aumentar seu poder, prejudicar seus concorrentes e inimigos, segundo outros, Bruno se negou a ensiná-lo. Segundo Durant, Mocenigo, católico piedoso, assustava-se com "as heresias que o loquaz e incauto filósofo lhe expunha", e perguntou a seu confessor se devia denunciar Bruno à Inquisição. O sacerdote recomendou-lhe esperar e reunir provas, no que Mocenigo assentiu; mas quando Bruno anunciou seu desejo de regressar a Frankfurt, o nobre denunciou-o ao Santo Ofício. Mocenigo trancou-o num quarto e chamou os agentes da Inquisição para levarem-no preso, acusado de heresia. Bruno foi transferido para o cárcere do Santo Ofício de San Domenico de Castello, no dia 23 de maio de 1.592.
A partir de 1.593, Bruno foi julgado por heresia pela Inquisição romana, acusado de negar várias doutrinas católicas essenciais, incluindo condenação eterna, a Trindade, a divindade de Cristo, a virgindade de Maria e a transubstanciação. O panteísmo de Bruno também era motivo de grande preocupação, assim como seus ensinamentos sobre a transmigração da alma.
Além da cosmologia, Bruno também escreveu extensivamente sobre a arte da memória, um grupo de técnicas e princípios mnemônicos. A historiadora Frances Yates argumenta que Bruno foi profundamente influenciado pela astrologia árabe (particularmente a filosofia de Averróis), neoplatonismo, hermetismo renascentista e lendas do gênero Gênesis em torno do deus egípcio Tote. Outros estudos de Bruno se concentraram em sua abordagem qualitativa da matemática e sua aplicação dos conceitos espaciais da geometria na linguagem.
Em Roma, o julgamento de Bruno durou oito anos, durante os quais ficou preso, por último, na Torre de Nola. No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, não abjurou e, no dia 8 de fevereiro de 1.600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno respondeu com um desafio: Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam - "Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la". Após sua morte, ganhou fama considerável, sendo particularmente comemorado por muitos do século XIX e início do século XX que o consideraram um mártir de ciência.
Giordano Bruno (Filme de Giuliano Montaldo - 1.973)
Giordano Bruno e a Tradição Hermética (Livro de Frances Yates)
1.559
Index Librorum Prohibitorum
Índice de Livros Proibidos
O Index Librorum Prohibitorum, era uma lista de publicações consideradas heréticas, anticlericais ou lascivas e proibidas pela Igreja Católica. A primeira versão do Index foi promulgada pelo Papa Paulo IV em 1.559 e uma versão revista desse foi autorizada pelo Concílio de Trento. A última edição do índice foi publicada em 1.948 e o Index só foi abolido pela Igreja Católica em 1.966 pelo Papa Paulo VI. Nessa lista estavam livros que iam contra, a doutrina, os dogmas e os interesses da Igreja, de modo a manter seu domínio sobre reis, povos e nações. Ficou sob a administração da Inquisição ou Santo Ofício. Teve um grande efeito por todo o mundo católico. Por muitos anos, em áreas tão diversas como Quebec, Portugal, Brasil ou Polônia, era muito difícil encontrar cópias de livros banidos, especialmente fora das grandes cidades.
Obras de cientistas, filósofos, enciclopedistas ou pensadores como Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Nicolau Maquiavel, Erasmo de Roterdão, Baruch de Espinosa, John Locke, Berkeley, Denis Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume, Immanuel Kant entre outros, pertenceram a esta lista, tendo algumas sido removidas mais tarde.
Alguns famosos romancistas ou poetas que fizeram parte da lista foram: Laurence Sterne, Heinrich Heine, John Milton, Alexandre Dumas (pai e filho), Voltaire, Jonathan Swift, Daniel Defoe, Vitor Hugo, Emile Zola, Stendhal, Gustave Flaubert, Anatole France, Honoré de Balzac, Jean-Paul Sartre, Níkos Kazantzákis e Theodoor Hendrik van de Velde, etc.
1.566
Santa Aliança
Serviço de Espionagem da Igreja Católica
Desde 1.566, ano em que foi criado o serviço de espionagem do Vaticano, até aos nossos dias, a Santa Aliança e a sua contra-espionagem viram-se envolvidos em assassinatos, venda de armas, financiamento de ditaduras, fuga de criminosos de guerra nazis e falências bancárias. Tudo em nome de Deus e da fé católica e por ordem do Sumo Pontífice. "Se o Papa ordena liquidar alguém na defesa da fé, faz-se isso sem fazer perguntas. Ele é a voz de Deus e nós (a Santa Aliança) somos a mão executora." Cardeal Paluzzo Paluzzi, chefe da Santa Aliança, século XVII.
A Santa Aliança surgia como o derradeiro braço executivo das diretivas papais em nome de Deus, em que quaisquer medidas eram tomadas sem a menor hesitação e com o recurso à maior variedade de meios disponíveis. Através de uma gestão de vários interesses conjuntos, toda uma rede de agentes em constante integração e relativa flexibilidade de atuação, esta organização de espionagem foi ganhando o seu próprio espaço no campo das relações internacionais da época, promiscuindo as esferas religiosa e política, tudo em nome da palavra de Deus. Fundava-se assim uma das maiores organizações mundiais de espionagem do mundo, cujas atividades iriam redesenhar uma nova realidade internacional, alterando as próprias elites governantes do muitos reinos da Europa, por suborno, tortura, manipulação, e execução.
1.570
Inquisição Peruana
A Inquisição Peruana foi criada em 9 de janeiro de 1.570 e terminou em 1.820. O Santo Ofício e o tribunal da Inquisição estavam localizados em Lima, o centro administrativo do Vice-Reino do Peru. Ao contrário da Inquisição Espanhola e da Inquisição Medieval, na Inquisição Peruana, as autoridades da Igreja Católica dependiam da aprovação da Coroa para exercer jurisdição.
Embora os povos indígenas estivessem originalmente sujeitos à jurisdição dos inquisidores, acabaram sendo removidos do controle e não foram vistos como totalmente responsáveis pelo desvio da fé, mas estavam sujeitos a julgamento e punição pela inquisição. Aos olhos da Igreja, os indígenas eram vistos como gente sem razão. Como resultado, seus julgamentos foram separados de outros casos de inquisição. Apesar disso, ainda não impediu que outras pessoas de descendência não indígena fossem acusadas de crimes contra a Igreja. Os crimes variavam, heresia, feitiçaria e bruxaria, visto que os Profetas, Videntes ou Médiuns eram assim classificados.
Em 1.813, foi abolido pela primeira vez em virtude de um decreto de Cortes. Em 1.815, foi reconstituída, mas o alvo agora eram as ideias dos Enciclopedistas franceses e textos semelhantes, e a maioria das pessoas acusadas de crimes recebeu apenas liberdade condicional. Com a promoção do maçom José de la Serna ao vice-reinado, que coincidiu com a ascensão da facção nacionalista (enquanto as duas facções se preparavam para lutar entre si na Guerra da Independência do Peru), a Inquisição foi encerrada em 1.820.
1.572
Noite de São Bartolomeu
Massacre das Noites de São Bartolomeu - Estima-se que 70 mil pessoas foram assassinadas
Em 1.570 houve um armistício entre católicos e protestantes na França, que ficou conhecido como Tratado de Paz de Saint Germain. Esse documento foi mediado por Catarina de Médici, rainha da França. E para selar a paz entre as duas religiões, foi celebrada uma união matrimonial. Realizou-se o casamento da católica Marguerite de Valois, irmã do rei da França, com Henrique III de Navarra (chefe da dinastia dos huguenotes), numa aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos romanos, e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono.
Em 22 de agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França, Carlos IX), um católico chamado Maurevert, invadiu a casa do almirante Gaspar II de Coligny, líder huguenote de Paris, de madrugada e o assassinou, ato que enfureceu os protestantes.
Nas primeiras horas da madrugada de 24 de agosto, no dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real. Este foi início de um massacre mais vasto, apesar do rei ter enviado mensageiros às províncias para manter os termos do tratado de 1.570. Começando em 24 de agosto e durando até outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em doze cidades francesas, como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Ruão, e Orleães.
Relatos da quantidade de cadáveres arremessados nos rios afirmam uma visível contaminação, de modo que ninguém comia peixe, pelas condições insalubres do local. Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses, outros ataques ocorreriam. Embora não o único, "foi o pior dos massacres religiosos do século". Por toda a Europa, "imprimiu nas mentes protestantes a indelével convicção que o catolicismo era uma religião sanguinária e traiçoeira."
1.582
Calendário Gregoriano
O Papa Gregório XIII reuniu um grupo de especialistas para implantar um calendário seu, da Igreja Católica. O objetivo da mudança era fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente na época. A Comissão preparou um documento, o Compendium, em 1.577, enviado no ano seguinte aos Príncipes e matemáticos para darem o seu parecer.
Após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal Inter Gravissimas. Neste grupo de estudiosos participaram Christopher Clavius, jesuíta alemão, sábio e matemático, Ignazio Danti, dominicano, matemático, astrónomo e cartógrafo italiano e Luigi Giglio, médico, filósofo, astrónomo e cronologista italiano. A bula pontifícia também determinava regras para impressão dos calendários, com o objetivo de que fossem mantidos íntegros e livres de falhas ou erros. Era proibido a todas as gráficas com ou sem intermediários publicar ou imprimir, sem a autorização expressa da Igreja Romana, o calendário ou o martirológio em conjunto ou separadamente, ou ainda de tirar proveito de qualquer forma a partir dele, sob pena de perda de contratos e de uma multa de 100 ducados de ouro a ser paga à Sé Apostólica. A não observância ainda punia o infrator a pena de excomunhão - latae sententiae - entre outras punições. Oficialmente o primeiro dia deste novo calendário foi 15 de Outubro de 1.582.
O Calendário Gregoriano apresenta um grave erro, uma confusão nos cálculos matemáticos, que acarretaram em um atraso de 3 anos, 7 meses e 15 dias.
A mudança para o calendário gregoriano deu-se ao longo de mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por Portugal, Espanha, Itália e Polônia; e de modo sucessivo, pela maioria dos países católicos europeus. Os países onde predominava o luteranismo e o anglicanismo tardariam a adotá-lo, caso da Alemanha (Baviera, Prússia e demais províncias) em 1.700 e Grã-Bretanha (Inglaterra e País de Gales) em 1.752. A adoção deste calendário pela Suécia foi tão problemática que até gerou o dia 30 de fevereiro. A China aprovou-o em 1.912, a Bulgária em 1.916, a Rússia em 1.918, a Roménia em 1.919, a Grécia em 1.923 e a Turquia em 1.926. Alguns povos conservam outros calendários para uso religioso inclusive com cronologia diferente da adotada pela Igreja Católica Apostólica Romana.
"Como há um erro no Calendário Gregoriano de quase 4 anos, estais no tempo de profundas alterações no Planeta e de profundas podridões, isto é, de todas as marcas de imundícias a comandarem os comportamentos ditos humanos." - Boletim: Nenhum Poder Humano Deterá o Dilúvio...
"Na cidade dos Sete Montes, Roma, onde no quarto século, 313, se levantou a Besta Apocaliptíca, também chamada a Grande Prostituta, corruptora de reis e povos! Tanta patifaria tinha que sair e inclusive isso: transformar tudo, por causa do ano litúrgico, em festas fixas e móveis. Primeiro lugar Natal, no mínimo 3 anos e meio antes, e vão mudar o calendário, né?! A ONU já sabe... os calendários que saem já sai, erres tanto, quatro anos antes. Não dá bem quatro anos! Mas, o que é que está errado? Natal, não foi! Páscoa, festa móvel, menos ainda. Porque ao menos as festas fixas, comemora fixo e acabou-se. Foi no dia tal... Agora quando chega a... sexta-feira, a Páscoa da Ressurreição, tudo isso, já não sabe nem quando foi, porque vai mudando de acordo com o ano litúrgico! Absurdos! É claro que a significação espiritual do fato, não tem importância a data! Mas se tem data, por que não respeitar? É que tinha que sair tanta coisa porca! Oh!" - Áudio
1.591
Inquisição Brasileira
A "primeira visita" do Tribunal do Santo Ofício ao Brasil foi no ano de 1.591. Os membros da inquisição visitaram Pernambuco e Bahia com o objetivo de verificar as suspeitas de atividades heréticas nessas regiões. Antes dessa data há registros de apenas dois casos, mas o Tribunal da Inquisição esteve presente desde o início da colonização do Brasil, e estava em pleno auge na Europa.
Muitos dos que fizeram parte das naus que compunham a esquadra de Pedro Álvares Cabral, eram comandados por capitães, cristãos-novos. Os judeus "convertidos" foram obrigados a abandonar seus sobrenomes "infieis" para nomes de plantas, árvores, animais, frutas, etc. Outros mudaram sobrenomes, mesmo sem se "converterem", para tentar fugir das perseguições, tiveram ainda que manter às escondidas seus costumes religiosos. Além do Brasil, ao longo dos séculos muitos fugiram também para Cuba, Peru, Caribe e Nova Amsterdã, hoje conhecida como Nova Iorque, e manteram seus costumes as escondidas.
A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante vários séculos. Muitos foram perseguidos, os cristãos-novos, índios curandeiros, além dos africanos que haviam sido escravizados e para poderem praticar o Candomblé, tiveram que fazer um sincretismo de seus orixás com santos da Igreja Católica, criando a Umbanda, Os que eram considerados hereges eram torturados para confessarem "seus crimes", tinham seus bens confiscados, ou eram punidos com a morte.
1.608
Antônio Vieira
Padre, filósofo, escritor e orador
António Vieira (Lisboa, Sé, 6 de fevereiro de 1.608 — Salvador, 18 de julho de 1.697), mais conhecido como Padre António Vieira foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu incansavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era chamado "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira chegou à Bahia, onde em 1.614, iniciou os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas de Salvador, principiando com dificuldades, veio a tornar-se um brilhante aluno. Segundo o próprio, foi a partir de um "estalo" na cabeça que, de súbito, tudo clareou: passou a entender com facilidade e a guardar tudo o que lia na memória. Até hoje muitos se referem a fenômeno semelhante a esse como "o estalo de Vieira".
Ingressou na Companhia de Jesus como noviço em 5 de maio de 1.623. Em 1.624, quando na invasão holandesa de Salvador, refugiou-se no interior da capitania e iniciou a sua vocação missionária. Um ano depois tomou os votos de castidade, pobreza e obediência, abandonando o noviciado. Em 1.626, seus talentos como escritor já eram reconhecidos e ficou encarregado de escrever e traduzir para o latim a "Carta Ânua", um relatório anual dos trabalhos da Província da Companhia de Jesus, que era encaminhada ao Superior-Geral da Companhia em Roma. Prosseguiu os seus estudos em Teologia, tendo estudado ainda Lógica, Metafísica e Matemática, obtendo o mestrado em Artes. A partir do final de 1.626 ou do início 1.627, começou a atuar como professor de Retórica em Olinda. Retornou a Salvador para completar seus estudos, onde em 10 de dezembro de 1.634, foi ordenando sacerdote. Nesta época já era conhecido pelos seus primeiros sermões, tendo fama de notável pregador. Em 1.638, foi nomeado como professor de teologia do Colégio Jesuíta de Salvador.
António Vieira defendeu os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos pela Inquisição) e cristãos-velhos (aqueles cujas famílias eram católicas há gerações), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os seus sermões, alguns dos mais célebres são: "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", "Sermão da Sexagésima", "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", "Sermão do Bom Ladrão", "Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros. Vieira deixou cerca de 200 sermões e 700 cartas.
Trecho Sermão da Sexagésima, 1.655: "Antigamente convertia-se o Mundo, hoje porque não se converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos; antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras são tiros sem balas; atroam, mas não ferem. Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras. Diz o Evangelho que a Palavra de Deus frutificou cento por um. Que quer isto dizer? Quer dizer que de cada palavra nasceram cem palavras? – Não. Quer dizer que de poucas palavras, nasceram muitas obras. Verbo Divino é Palavra Divina, mas importa pouco que as nossas palavras sejam Divinas, se forem desacompanhadas das nossas obras. A razão disto é porque as palavras ouvem-se, as obras veem-se; as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e nossa alma se rende muito mais pelos olhos que pelos ouvidos".
Palavra e Utopia (Filme de Manoel de Oliveira - 2.000)
1.692
Salém
No ano de 1.692, na Nova Inglaterra, EUA (então colônia da Inglaterra), perto de Boston, capital da província de Massachusetts, ocorreram os julgamentos das "bruxas" de Salém, refere-se a uma série de audiências e processos de pessoas acusadas de bruxaria na Massachusetts colonial. Mais de duzentas pessoas foram acusadas. Trinta foram consideradas culpadas, dos quais dezenove foram executadas por enforcamento (catorze mulheres e cinco homens). Um outro homem, Giles Corey, foi pressionado à morte por recusar-se a confessar, e pelo menos cinco pessoas morreram na prisão.
Foram feitas detenções em numerosas cidades além de Salém e a vila de Salém (hoje conhecidas como Danvers), principalmente em Andover e Topsfield. Os grandes júris e julgamentos desse crime capital foram conduzidos por um Tribunal de Oyer e Terminer, em 1.692, e por um Tribunal Superior de Justiça, em 1.693, ambos realizados na cidade de Salém, onde também ocorreram os enforcamentos.
O episódio é um dos casos mais notórios de histeria em massa na América Colonial. Tem sido usado na retórica política e na literatura popular como um vívido conto de cautela sobre os perigos do isolacionismo, extremismo religioso, falsas acusações e lapsos no devido processo. Não foi um caso único, mas um exemplo colonial americano do fenômeno muito mais vasto dos julgamentos de "bruxas" no início do período moderno, que teve lugar também na Europa. Muitos historiadores consideram que os efeitos duradouros dos ensaios foram altamente influentes na história subsequente dos Estados Unidos. De acordo com o historiador George Lincoln Burr, "a bruxaria de Salém foi a rocha sobre a qual a teocracia desfez-se".
Em 1.992, por ocasião do 300º aniversário dos julgamentos em memória das vítimas, foi inaugurado um parque em Salém e um memorial em Danvers. Em janeiro de 2.016, a Universidade da Virgínia anunciou que sua equipe do Gallows Hill Project havia determinado o local de execução em Salem, onde as 19 "bruxas" haviam sido enforcadas. A cidade dedicou o Proctor's Ledge Memorial às vítimas em 2.017.
As Bruxas de Salém (Filme de Nicholas Hytner - 1.996)
1.694
Voltaire
Encarnação do Princípio Sagrado
Escritor e filosófo iluminista
François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1.694 — Paris, 30 de maio de 1.778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.
Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, liberdade religiosa e livre comércio, é uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura impostas pela Igreja Católica e com severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, usou a ironia em suas obras para criticar, expor a podridão da Igreja Católica e das instituições francesas do seu tempo. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.
Voltaire foi um pensador que se opôs à intolerância religiosa e à intolerância de opinião existentes na Europa no período em que viveu. Suas ideias reformistas acabaram por fazer com que fosse exilado de seu país de origem, a França. O conjunto de ideias de Voltaire constitui uma tendência de pensamento conhecida como Liberalismo. Exprime na maioria dos seus textos a preocupação da defesa da liberdade, sobretudo do pensar, criticando a censura e a escolástica, como observamos na seguinte frase, "Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo".
Voltaire desencarnou em 30 de maio de 1.778. É considerado como "o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição". A família quis que seus restos repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Troyes, em uma breve nota, proíbe severamente ao prior da abadia que enterre no "Sagrado" o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tarde, porque - efetivamente - o corpo do filósofo já tinha sido enterrado na abadia.
"Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo."
"Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."
"O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade."
"Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males."
"O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes em nunca falar de si."
"Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram."
"Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."
1.717
A Farsa de Nossa Senhora Aparecida
"Essa história de Nossa Senhora Aparecida foi inventada pela Besta Romana, para enganar os menos avisados, induzindo ao erro e à idolatria. Senão vejamos:
Um fazendeiro, morador do Vale do Paraíba, sendo católico, construiu em suas terras, uma capela onde colocou no altar uma imagem de Jesus em madeira; tornou-se evangélico ao longo de sua vida e mandou destruir a capela e a imagem foi jogada no rio Paraíba.
Posteriormente, a imagem foi achada por pescadores, sem sua cabeça, e foi encaminhada ao pároco ou padre local. De maneira criminosa, deu este a interpretação de que era uma parte da imagem da Grande Mãe Maria (chamada de Nossa Senhora) e uma homenagem à raça negra, pois sendo de madeira e tendo estado submersa na água, enegrecera." - Osvaldo Polidoro